A computação em nuvem revolucionou a forma como as empresas operam, oferecendo escalabilidade, agilidade e inovação sem precedentes. No entanto, estratégias como FinOps para otimização de custos na nuvem tornaram-se essenciais. Essa mesma flexibilidade que impulsiona o crescimento também introduziu um desafio complexo para gestores e tomadores de decisão: a gestão e otimização dos custos variáveis da nuvem.
O FinOps surge como a resposta estratégica a esse dilema. O FinOps é a disciplina cultural que transforma a gestão de custos da nuvem de um desafio técnico em uma responsabilidade compartilhada entre Finanças, TI e Negócios, garantindo que cada real investido em Cloud gere o máximo valor estratégico.
O desafio do custo variável na nuvem
A migração para a nuvem é um movimento estratégico incontestável. De acordo com o Gartner, os gastos globais dos usuários finais com serviços de nuvem pública se aproximariam de 600 bilhões de dólares em 2023. Contudo, a natureza de pagamento por uso da nuvem, embora seja sua maior vantagem, é também a principal fonte de preocupação para a liderança executiva.
No modelo tradicional de data center, o custo era fixo e previsível. Na nuvem, o consumo é dinâmico e, sem governança, pode se tornar descontrolado. Uma pesquisa da Flexera revelou que, em média, 32% dos gastos com nuvem são desperdiçados, muitas vezes devido à alocação excessiva de recursos (over-provisioning) como método de mitigação de riscos de desempenho. Além disso, 80% dos líderes financeiros e de TI acreditam que a gestão de TI em nuvem gerou um impacto negativo nos negócios.
Este é o Paradoxo da Nuvem: a tecnologia que promete economia e eficiência acaba gerando preocupação com gastos excessivos.
Leia mais: Entenda como a nuvem é a solução econômica para a redução de custos operacionais.
FinOps: mais que economia, é cultura
FinOps, abreviação de Financial Operations, é a união das palavras Finanças e DevOps. É uma abordagem que visa trazer a responsabilidade financeira para a velocidade da nuvem, promovendo a colaboração entre as equipes de tecnologia, finanças e negócios.
Não se trata apenas de cortar custos. O FinOps busca maximizar o valor comercial em ambientes de nuvem híbrida e multinuvem. A meta é capacitar as equipes de engenharia a entregar recursos de forma mais ágil, ao mesmo tempo em que se promove uma conversa multifuncional sobre onde investir e quando, garantindo que as decisões financeiras sejam embasadas e estratégicas.
Os três pilares do FinOps: o ciclo contínuo de valor
A FinOps Foundation, uma organização comercial sem fins lucrativos que integra a Linux Foundation, estabeleceu um framework que define a jornada FinOps em três fases essenciais. Este não é um processo linear, mas sim um ciclo contínuo de melhoria e evolução.
| Fase | Objetivo Principal | Foco da Ação | Benefício Estratégico para o Gestor |
| Informar | Visibilidade e Alocação de Custos | Transparência de dados e atribuição de responsabilidade. | Saber quem gasta o quê e por quê para decisões embasadas. |
| Otimizar | Eficiência e Redução de Desperdício | Right-sizing, uso de descontos e eliminação de recursos ociosos. | Redução imediata de custos sem comprometer a performance. |
| Operar | Governança e Automação | Implementação de políticas automatizadas e melhoria contínua. | Sustentabilidade da economia e conformidade com o orçamento. |
1. Informar (visibilidade e alocação)
A primeira etapa é crucial: você não pode gerenciar o que não consegue medir. A fase Informar trata de capacitar todos os interessados com as informações e a compreensão necessárias para tomar decisões economicamente eficazes.
O grande desafio na nuvem é a falta de visibilidade sobre como os recursos estão sendo consumidos.
Tagging, showback e chargeback
Para superar isso, o FinOps exige a implementação de práticas rigorosas de Tagging (marcação de recursos) para que cada custo possa ser atribuído a uma unidade de negócio, projeto ou equipe específica.
Com a visibilidade em vigor, as empresas podem aplicar:
- Showback: Apresentar os custos de consumo para as equipes responsáveis, sem transferir o custo diretamente. Isso gera conscientização.
- Chargeback: Transferir o custo real para o centro de custo ou unidade de negócio que o consumiu. Isso gera responsabilidade financeira.
Benefício para o Gestor: A visibilidade permite que a liderança de TI e Finanças alinhe o gasto com o valor de negócio entregue. Se um projeto consome 20% do orçamento de nuvem, mas gera 50% da receita, o gasto é justificado. Se consome 20% e gera 5%, há um problema de eficiência a ser resolvido.
2. Otimizar (eficiência e economia)
Com os dados em mãos, a fase Otimizar concentra-se em descobrir oportunidades de economia e garantir que os recursos sejam dimensionados corretamente para a carga de trabalho.
O principal problema aqui é o over-provisioning, onde as equipes de engenharia, por segurança, alocam mais recursos do que o necessário.
Right-sizing e Descontos por Compromisso
A otimização FinOps foca em duas frentes principais:
- Right-sizing (Dimensionamento Correto): Analisar o uso real de CPU, memória e armazenamento para reduzir o tamanho das instâncias de máquina virtual ou bancos de dados para o nível ideal. Isso elimina o desperdício imediato.
- Aproveitamento de Descontos: Utilizar modelos de pagamento mais vantajosos, como Instâncias Reservadas (RIs) ou Planos de Economia (Savings Plans), que oferecem descontos significativos em troca de um compromisso de uso de longo prazo (1 ou 3 anos). Para cargas de trabalho flexíveis, as Instâncias Spot podem oferecer economias ainda maiores.
Benefício para o Gestor: A otimização não é um evento único, mas uma prática contínua que garante que a empresa pague apenas pelo que realmente usa, liberando capital para investimentos estratégicos em inovação.
3. Operar (governança e automação)
A fase Operar é onde a prática FinOps se torna sustentável. Ela envolve a avaliação contínua do desempenho e a busca por formas de aprimorar a prática, utilizando a automação como principal aliada.
A otimização manual é insustentável em escala. A nuvem muda rapidamente, e as políticas de custo devem acompanhar essa velocidade.
Automação de políticas e governança contínua
A automação permite que as organizações implementem políticas que ajustam continuamente os recursos em nuvem, controlando os custos sem afetar o desempenho. Exemplos práticos incluem:
- Desligamento Programado: Automatizar o desligamento de ambientes de desenvolvimento e teste fora do horário comercial (ex: 19h às 7h e fins de semana).
- Políticas de Expiração: Implementar regras que encerram automaticamente recursos que não foram marcados ou que expiraram o prazo de uso.
- Alertas Inteligentes: Configurar alertas que notificam as equipes quando o consumo de um recurso excede um limite predefinido, permitindo uma ação proativa.
Benefício para o Gestor: A automação garante que a economia alcançada na fase de Otimização não seja perdida. Ela estabelece uma governança robusta que respeita as restrições orçamentárias e de licenciamento, transformando a otimização de custo em um processo operacional padrão.

Como implementar a cultura na sua empresa
A implementação do FinOps é, acima de tudo, uma mudança cultural. Para gestores, o foco deve estar em quebrar os silos tradicionais e promover a colaboração.
Alinhamento estratégico: TI, finanças e negócios
O sucesso do FinOps depende da criação de uma linguagem comum e de objetivos compartilhados.
- Crie um comitê FinOps: Forme um grupo multifuncional com representantes de TI/Engenharia, Finanças e Liderança de Negócios. Este comitê será responsável por definir as políticas, revisar os relatórios de custo e garantir o alinhamento estratégico.
- Estabeleça KPIs compartilhados: Os KPIs não devem ser apenas técnicos (como latência), nem apenas financeiros (como custo total). Eles devem ser híbridos, focando no Custo por Unidade de Negócio (ex: custo por cliente, custo por transação, custo por usuário ativo). Isso traduz o gasto em valor de negócio.
- Capacitação e responsabilidade: As equipes de engenharia devem ser capacitadas com as ferramentas e o conhecimento para ver o impacto financeiro de suas decisões de arquitetura. Elas devem se sentir proprietárias do custo da nuvem, assim como são proprietárias do código e da performance.
Ferramentas e governança: otimização contínua
A tecnologia é o facilitador da cultura FinOps. A adoção de ferramentas de Cloud Cost Management (CCM) é essencial para fornecer a visibilidade em tempo real necessária para as fases Informar e Otimizar.
Essas ferramentas ajudam a:
- Consolidar dados de custos de múltiplas nuvens (multinuvem).
- Identificar recursos ociosos ou subutilizados.
- Simular o impacto financeiro de RIs e Savings Plans.
- Automatizar a aplicação de tags e a geração de relatórios de showback.
O papel da Pronnus na otimização FinOps: serviços essenciais
Para que a estratégia FinOps seja bem-sucedida, é fundamental contar com parceiros que ofereçam soluções de infraestrutura e segurança que reforcem os pilares de Visibilidade, Otimização e Governança. A Pronnus atua nesse cenário com um portfólio de serviços em nuvem desenhado para transformar o custo em investimento estratégico.
Abaixo, detalhamos como os principais serviços da Pronnus se alinham à cultura FinOps:
| Serviço Pronnus | Alinhamento FinOps | Benefício Estratégico |
| Infraestrutura em Nuvem (IaaS) | Otimizar (Right-sizing e Performance) | IaaS com alta disponibilidade e servidores localizados no Brasil, garantindo performance otimizada e conformidade com a LGPD. Serve como base para o dimensionamento correto dos recursos (right-sizing), eliminando o over-provisioning. |
| Backup em Nuvem para Empresas | Operar (Governança e Resiliência) | Proteção contínua de dados com backups automáticos, criptografados e em conformidade com a LGPD. Reduz o risco de perda de dados e o custo financeiro associado à inatividade (downtime), um fator crítico na gestão de custos. |
| Disaster Recovery (DR) | Operar (Continuidade e Resiliência) | Planos de Recuperação de Desastres que restauram sistemas e dados críticos em minutos. É um investimento em resiliência que protege o valor do negócio, minimizando o impacto financeiro de imprevistos e garantindo a continuidade operacional. |
| Segurança Cibernética Proativa | Informar e Operar (Identificação de Riscos e Governança) | Metodologia que mapeia riscos, protege ativos e detecta ameaças proativamente. Garante a integridade e confidencialidade dos dados, evitando custos altíssimos de incidentes de segurança e multas por não conformidade. |
Conheça as vantagens da IaaS com alta disponibilidade da Pronnus e como ela suporta o right-sizing.
Esses serviços, ao garantirem a segurança, a disponibilidade e a otimização da infraestrutura, atuam como facilitadores para a implementação bem-sucedida da cultura FinOps, transformando o gasto em nuvem em um investimento controlado e estratégico.
O ROI do FinOps: transformando custo em investimento estratégico
Para o gestor, o FinOps não é uma despesa, mas um investimento com retorno claro. Ele transforma a percepção do gasto em nuvem, movendo-o da coluna de “custo operacional a ser minimizado” para a de “investimento estratégico a ser otimizado para valor”.
A tabela a seguir resume a mudança de mentalidade que o FinOps impõe:
| Característica | Mentalidade Tradicional (Custo) | Mentalidade FinOps (Investimento) |
| Custos Cloud | Custo operacional (OPEX) a ser minimizado. | Investimento estratégico a ser otimizado para valor. |
| Responsabilidade | Exclusiva da TI/Engenharia. | Compartilhada entre TI, Finanças e Negócios. |
| Visibilidade | Baixa, relatórios mensais e reativos. | Alta, dados em tempo real e proativos. |
| Decisão | Baseada em performance (velocidade). | Baseada em valor (velocidade e custo). |
Ao adotar o FinOps, a empresa não apenas economiza, mas também ganha agilidade e previsibilidade. A otimização de custos se torna um motor de inovação, pois o capital liberado do desperdício pode ser realocado para novos projetos e tecnologias, como a própria Inteligência Artificial (IA), que pode ser usada para prever e otimizar ainda mais os gastos em nuvem.
O próximo passo para a governança inteligente da nuvem
O FinOps é o estágio de maturidade da nuvem. Para gestores e tomadores de decisão, implementar essa cultura não é mais opcional, mas sim um imperativo estratégico para garantir a saúde financeira e a competitividade do negócio.
A transição para a nuvem exige que a gestão financeira evolua na mesma velocidade da tecnologia. Ao integrar Finanças, TI e Negócios, sua empresa garante que a nuvem seja um verdadeiro motor de valor, e não uma fonte de surpresas orçamentárias.
Otimize sua jornada para a nuvem com a Pronnus. Se sua empresa busca transformar a gestão de custos em nuvem em uma vantagem competitiva, o primeiro passo é realizar uma definição clara da sua estratégia de FinOps para os próximos 3 a 5 anos.
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