Como criar uma política de segurança da informação eficiente

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A política de segurança da informação (PSI) é a base de qualquer estratégia de cibersegurança forte. Sem ela, a empresa opera em risco constante. A falha humana e a falta de padrão se tornam pontos críticos e ampliam a exposição a ataques.

Os ataques digitais seguem um ritmo de crescimento que pressiona equipes de TI em todos os setores. No Brasil, relatórios recentes mostram aumento médio acima de 20% no volume de incidentes. A expansão do trabalho remoto, o uso crescente de SaaS e a dependência de serviços em nuvem abriram espaço para ataques que exploram erros simples: permissões mal configuradas, falta de diretrizes, ausência de monitoramento e colaboradores sem preparo para reconhecer golpes. Esse cenário reforça a urgência de políticas de segurança da informação claras, atualizadas e alinhadas à LGPD.

Quando a segurança vira apenas uma formalidade, os riscos aumentam de forma silenciosa. Processos ficam desorganizados, dados circulam sem controle e decisões críticas passam a depender de interpretações individuais. Uma política bem feita reduz essas brechas, orienta equipes e fortalece práticas consistentes.

Neste guia, você encontra um caminho completo para criar políticas eficientes, aplicar controles alinhados à legislação brasileira e estruturar uma governança mais madura. O conteúdo traz exemplos práticos, orientações técnicas e um modelo gratuito para download, ideal para empresas que querem avançar com agilidade.

Leia também: 6 passos para Implementar Efetivamente a Governança em TI

Riscos reais sem uma política de segurança da informação

O ambiente corporativo ficou híbrido, distribuído e cada vez mais conectado. Aplicações em várias nuvens, integrações com APIs, uso de SaaS e dispositivos pessoais ampliaram a exposição. Sem uma política formal, três riscos ficam mais evidentes.

Ambientes híbridos sem padronização elevam riscos

Quando sistemas estão espalhados entre Microsoft 365, servidores locais, nuvem pública e SaaS, o controle diminui. Sem orientações claras, permissões são concedidas sem critério, dados sensíveis circulam em ferramentas inadequadas e o time de TI perde visibilidade.

Isso afeta não só a segurança digital, mas também governança, produtividade e compliance.

Phishing e fraudes por e-mail continuam liderando os ataques

O Brasil está entre os países mais afetados por phishing. A Kaspersky mostra que 70% dos ataques começam por e-mails falsos. Sem políticas claras de e-mail e um programa consistente de Security Awareness Training (SAT), os colaboradores se tornam o elo mais fraco.

Backups sem governança prejudicam conformidade com a LGPD

A LGPD exige integridade, controle de ciclo de vida, restauração garantida e uso de criptografia. Sem diretrizes:

• Backups ficam despadronizados;
• Auditorias se tornam inviáveis;
• A continuidade de negócios é comprometida.

Uma política fraca deixa o backup sem controle e abre espaço para perda de dados. Isso amplia riscos internos e compromete processos essenciais. Uma PSI sólida evita essas falhas e reduz o impacto de incidentes.

O que uma política de segurança da informação precisa conter

A LGPD determina que empresas adotem medidas técnicas e administrativas para proteger dados. A PSI é o documento central para orientar essas medidas e garantir previsibilidade, rastreabilidade e governança.

Elementos essenciais exigidos pela legislação e pela ISO 27001

Uma política bem estruturada apoia auditorias, certificações e todo o ciclo de segurança da informação. Ela define papéis, regras e padrões para um ambiente confiável.

  • Classificação da informação e controle de acesso: Definir o que proteger e quem pode acessar, com base no princípio do menor privilégio.
  • Criptografia: Exigir criptografia em repouso e em trânsito para dados sensíveis.
  • Logs e auditoria: Registro detalhado de logs e atividades críticas para manter a trilha de auditoria.
  • Backup e continuidade: Regras formais de backup (regra 3-2-1) e plano de continuidade de negócios.
  • Uso de nuvem e Microsoft 365: Diretrizes claras para governança de permissões, proteção de identidade e monitoramento em ambientes de nuvem.
  • Resposta a incidentes: Processos estruturados para identificar, conter e erradicar falhas de segurança.

Como aplicar na prática: passando da teoria à execução

Uma PSI eficiente precisa ser prática, clara e aplicada no dia a dia. A seguir, um roteiro comum às empresas com maior maturidade em segurança digital.

 Mapeie dados, riscos e fluxos de informação

Antes de escrever qualquer diretriz, você precisa entender:

  • Quais dados pessoais e sensíveis são tratados;
  • Onde eles ficam armazenados;
  • Quem acessa;
  • Como circulam entre sistemas;
  • Quais vulnerabilidades existem hoje.

Esse diagnóstico orienta a política inteira.

Estruture os controles administrativos e técnicos

A PSI deve conter orientações práticas como:

  • Política de senhas e autenticação multifator (MFA);
  • Regras de acesso e segregação de funções;
  • Política para dispositivos móveis e BYOD;
  • Padrões de retenção de logs;
  • Diretrizes de gestão de vulnerabilidades e patching.

Quanto mais claras forem as regras, maior a adesão dos usuários.

Defina políticas específicas para nuvem e Microsoft 365

Ambientes em nuvem exigem padrões adicionais:

  • Governança de permissões no SharePoint, Teams e OneDrive;
  • Auditoria contínua de atividades críticas;
  • Backup independente do Microsoft 365;
  • Classificação de dados corporativos;
  • Controle de compartilhamento externo de arquivos.

A falta dessas regras é uma das principais causas de vazamento acidental de informações.

Estabeleça diretrizes de prevenção de perda de dados (DLP)

Um bom programa de DLP define:

  • Quais informações podem ser copiadas, movidas ou compartilhadas;
  • Bloqueios automáticos para dados sensíveis;
  • Monitoramento de uploads para nuvem não autorizada;
  • Alertas para comportamento de risco.

Treinamento contínuo: a camada que nenhuma tecnologia substitui

Empresas que adotam programas de conscientização reduzem em até 80% a chance de incidentes por erro humano. Por isso, a política deve incluir:

  • Treinamentos periódicos;
  • Campanhas contra phishing;
  • Simulações mensais de ataques;
  • Trilhas específicas para equipes críticas.

Teste, revise e monitore

Uma PSI não pode ser estática. Ela deve ser revisada:

  • A cada mudança no ambiente de TI;
  • A cada novo fornecedor crítico;
  • Após auditorias;
  • Após incidentes reais.

O recomendado é revisar formalmente pelo menos uma vez ao ano.

Para facilitar a implementação, disponibilizamos um Modelo Pronto de Política de Segurança da Informação (PSI). Um guia completo e editável para você adaptar à realidade da sua empresa e começar a construir sua governança de TI hoje mesmo.

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Dicas práticas para elevar a maturidade

Para aprimorar tanto o documento quanto as operações:

  • Atualize a política sempre que o ambiente mudar.
  • Registre acessos sensíveis e mantenha trilha de auditoria.
  • Utilize criptografia AES-256 para dispositivos e backups.
  • Defina ciclo de vida da informação.
  • Aplique separação de funções.
  • Implemente backup automatizado e recuperação rápida.
  • Use indicadores como MTTR (Mean Time To Recover) e taxa de adesão ao SAT.
  • Mantenha matriz de classificação da informação.
  • Documente todo o processo de resposta a incidentes.
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Fortalecendo a PSI com planejamento, cultura e controles inteligentes

Criar uma política de segurança da informação eficiente envolve mais do que documentar regras. A maturidade em segurança depende de planejamento, cultura organizacional e controles que funcionem na prática.

A implementação deve seguir três etapas: planejamento, execução e monitoramento. O monitoramento costuma ser a fase mais ignorada, mas é a mais importante. É quando ocorrem auditorias internas, revisões de permissões, correções de falhas e atualizações de controles. A revisão anual é recomendada, mas mudanças relevantes em TI devem gerar revisões imediatas.

Mais do que um documento obrigatório, a PSI fortalece a confiança de clientes e parceiros. Ela aumenta a maturidade em segurança cibernética, apoia a conformidade com a LGPD e cria base forte para governança. Empresas que revisam o documento com frequência, envolvem várias áreas e comunicam as regras de forma clara reduzem riscos e aceleram sua evolução em segurança digital.

Governança e confiança

Uma política de segurança da informação bem construída fortalece governança, reduz riscos operacionais e melhora a capacidade de resposta. Ela organiza processos, padroniza procedimentos e prepara a empresa para auditorias e certificações.

Três pilares sustentam uma PSI madura:

  • Rotina padronizada: reduz falhas humanas.
  • Tecnologia integrada: transforma diretrizes em prática.
  • Equipes treinadas: reagem mais rápido a incidentes.

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